BARCARENA (PA): SERRARIA ILEGAL FAVORECIA FILHOS DE DONO DE TERRENO
O delegado Marcos Lemos, da Divisão Especializada em Meio-Ambiente (DEMA), da Polícia Civil, apurou, em inquérito policial, que os três filhos do dono de um terreno, onde ocorriam os crimes de derrubada e corte de madeira em uma serraria clandestina, são os responsáveis pelo esquema, juntamente com o dono de uma estância, situada em Abaetetuba, região nordeste do Pará, para onde eram enviadas a madeira extraída da área. A serraria foi descoberta na quinta-feira passada, em um ramal, situado na Estrada da Alça Viária, em Barcarena, nordeste do Pará.
Os irmãos Mauro Sérgio de Moraes Duarte, de apelido “Didica”; Raimundo Moraes Duarte e Libânio Moraes Duarte foram indiciados no inquérito juntamente com Sandro Rodrigues, dono da estância e da serraria clandestina. As informações foram dadas nesta terça-feira, 22. As investigações continuam.
SERRARIA CLANDESTINA |
No dia de ontem, 21, Mauro Sérgio e Sandro Rodrigues foram ouvidos em depoimento pelo delegado na sede da DEMA, em Belém. O delegado informou que foi instaurado inquérito para apurar os crimes de poluição, funcionamento de serraria sem licença ambiental e depósito ilegal de madeira, em que Sandro foi indiciado. Ele também já responde a dois TCOs (Termos Circunstanciados de Ocorrência).
Na quinta-feira passada, ele foi enquadrado por uso de motosserra em área florestal sem licença do órgão ambiental, já que, na serraria clandestina, havia o uso dessa ferramenta para derrubada de madeira. Ontem, Sandro foi enquadrado, em outro TCO, por ter estância sem licença ambiental e por manter madeira serrada estocada no local sem licença, uma vez que, na sexta-feira passada, durante fiscalização no local, a equipe da DEMA junto com fiscais da Secretaria Estadual de Meio-Ambiente (SEMA) e peritos criminais do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”, contataram que, na estância, havia um depósito com madeira serrada.
Em depoimento, Mauro Sérgio relatou que o pai, que é o dono do terreno e que está com mais de 80 anos de idade, não tinha conhecimento do esquema com o dono da serraria.
Ele admitiu que, junto com os dois irmãos, fechou negócio com Sandro Rodrigues, para permitir a extração, corte, beneficiamento e prática de serraria de madeira na área. Para tanto, como contrapartida, Sandro lhes pagava dinheiro em troca de madeira. Os irmãos recebiam valores que variavam de R$ 25 a R$ 50 Os irmãos recebiam, cada um, R$ 25 por madeira extraída e beneficiada na serraria. A cada dúzia de madeira serrada, Sandro pagava mais R$ 30 aos irmãos e a cada unidade de longarina (conjunto de madeiras serradas), de 5 ou 6 metros de cumprimento, os irmãos recebiam mais R$ 50 de Sandro. Segundo o depoimento, o dinheiro era recebido por Raimundo Duarte. O delegado Marcos Lemos ressaltou que pretende ouvir em depoimento os irmãos Raimundo e Libânio, no inquérito e que aguarda os resultados das perícias no local para concluir o inquérito.
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